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      Fotografia Analógica – vida analógica.

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      Pausa. Respira. Pausa.

      Este texto não é sobre objetos ou coisas. É um convite a pensar sobre o ato, a ação, a atitude analógica.

      É um convite a repensar o mundo em que pousamos. Lembrar, sem nostalgias, sobre quando o tempo tinha ritmo. Um ritmo que convidava a dançar, não a correr mais rápido que o outro. Se corria, mas para chegar junto.

      Talvez seja sobre ser humano, uma máquina essencialmente analógica. Um cérebro analógico, que precisa descansar, para funcionar melhor.

      Sou daqueles que usaram amplificadores valvulados, que precisava esperar esquentar para poder usar… Acreditem, valia a pena esperar  🙂

      Por que analógico? Apesar de não ser sobre as coisas, pensar nelas nos facilitará a entender o que quero dizer…

      Pense, por que um disco de vinil tem dois lados? Para te ajudar a dar uma pausa no que você estiver fazendo, se levantar, ir lá e virá-lo para continuar ouvindo boa música! Ou não, você pode sentar na frente da enorme pilha de discos com as capas mais fantásticas ou cafonas do mundo e refletir sobre que música combina com esse dia mais frio, ou ensolarado. Para e pensa.

      É normal imaginar que o analógico tenha suas limitações, por isso ele provoque tantas pausas. É justamente sobre isso. É um privilégio, um charme, um luxo podermos parar. Um dia estaremos discutindo como criar momentos no dia para respirar. Hoje tem diversos artigos indicando que precisamos parar de tempos em tempos para render melhor. [ 1 ][ 2 ][ 3 ] [ 4 ] Irônico.

      Limites. É isso. A partir destas fronteiras invisíveis criamos novos jeitos de pensar…

      Câmeras analógicas, nos ajudam a repensar a imagem, antes dela acontecer. Para, pensa, cria. Onde está a pausa? Antes do clique. Respira, foca, atira! E claro, você tem que parar e trocar o rolo de filme… Lado A, Lado B.

      Ser fotógrafo é um privilégio que possibilita criar pausas pelo mundo. Provocamos nossas paradas. Olhamos para o mundo buscando e recolhendo pensamentos, sobre os outros e principalmente sobre nós mesmos. Cada pausa. Cada conversa com estranhos. Cada imagem. Uma pausa. E o convite, aos fotógrafos que aqui lêem, voltem nas imagens que criaram. Reflitam. Precisamos de mais pausas. Melhoramos não somente criando novas imagens, mas também aproveitando as imagens que criamos e que outros criaram. Contemplar.

      Respire.

      Duvidam que o mundo ficou diferente? Qual foi a última vez que te chamaram para ouvir um disco de vinil? Ou melhor não é o vinil… É o ato de curtir ouvir música junto. Prestar atenção no que está ouvindo. Volto ao convite de repensar sobre o ato. Ato de viver analógico, aproveitar o que se está fazendo, neste momento. Serve mp3. Ouça os instrumentos, um por um. As vozes, uma por uma. Depois junte tudo. Bingo. Que música mágica! Gostosa de ouvir. Exercite. Converse sobre. O que te chamou a atenção? Se você achar que não dá para admirar o que está ouvindo, troque a música, está ouvindo a coisa errada… 🙂

      Enfim, ser analógico é estar presente neste exato momento na sua própria vida. Ouvindo vinil, cd ou mp3. Rolo de Filme ou digital. Não importa. Viva.

      Pausa.

      Mais um convite, conheçam o trabalho incrível das meninas do … Com Lola… Que tem tudo a ver com o que falamos no texto aqui em cima. Inclusive, em 2012, fizeram um incrível projeto chamado 361mais5, sobre viver analogicamente… Segue o vídeo…

      Ps: A foto que ilustra o post, foi criada com uma Contax G1, filme Arista Premium 400… mas isso, não importa, poderia ter sido feita com pixels de um celular… o momento surgiu de uma pausa na caminhada matinal… foi um bom dia para mim. 😉

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